O diretor da Agroconsult André Pessôa confirmou a expectativa de que o ano de 2021 deve ser de alta no consumo da soja brasileira, podendo atingir novo recorde, alcançando pela primeira vez a casa de 100 milhões de toneladas. Sua afirmação ocorreu durante a quinta edição do Circuito Aprosoja/MS, realizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul, que neste ano, ocorreu de forma online.
O ano de 2018 foi especial nas vendas, por conta da peste suína africana na China. Tivemos uma queda no nível de importação, depois de 94 milhões de toneladas caímos a 83 milhões de toneladas, explica Pessôa. A expectativa é de que levaríamos 2 a 3 anos para o mercado chinês retomar o consumo da soja, mas o que vimos é que essa recuperação se deu de forma mais acentuada. O governo chinês conseguiu reverter, inclusive com importação de animais vivos e, sobretudo, aquela suinocultura tradicional, foi substituída por uma suinocultura moderna, consumindo farelo de soja e milho, isso nos levou ao novo recorde: 98 milhões de toneladas de soja.
Segundo o diretor da Agroconsult a China voltou ao patamar muito antes do que se esperava, estimulado inclusive pelo mercado de peixes, frango. O Brasil vai exportar cerca de 81 milhões de toneladas, estimulando um dos estoques mais baixos do histórico. Chegando a importar soja, devido a esse movimento varrendo silo, completa ao alertar que parte do consumo será no mercado interno.
O presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi, confirma o avanço a demanda interna brasileira. Teremos um aumento desse consumo em Mato Grosso do Sul. Grandes projetos em desenvolvimento, ligados à suinocultura e piscicultura estão avançando, em São Gabriel do Oeste, Rio Verde de MT, Itaporã e Selvíria, além das perspectivas de outros investimentos para consumo do milho, aquecendo a demanda.
A taxa de câmbio para o próximo ano, de acordo com o apresentado no relatório do Banco Central, não será a menos de R$ 5 por dólar. Isso significa que manteremos a desvalorização da moeda brasileira e teremos taxa de juros com a qual nunca convivemos. Vivendo uma situação mais favorável, com juros relativamente baixo, afirma Pessôa.
Vivemos preços extraordinários da soja. No Porto de Paranaguá chega a passar de R$ 140, e também prêmios, que não chegam a ser recorde, mas mesmo como arrefecimento da guerra comercial, temos um prêmio significativo, isso mostra alta demanda internacional. E esse prêmio só deve cair, quando a próxima safra começar a ser colhida, completa o líder da Agroconsult ao completar que até o final do ano, o Brasil deve perde pouco de sua competitividade para a soja americana, que deve ser retomada em meados de janeiro de 2021.
Fonte: Aprosoja